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Apartamento de Geddel tem PIB maior que quase mil municípios brasileiros

Por Lucas Lyra

 

A apreensão recorde de dinheiro no apartamento do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) em Salvador representa um marco no combate a corrupção na política brasileira. Aproximadamente R$51 milhões foram encontrados em um apartamento cedido ao ex-ministro que servia apenas como depósito de dinheiro. O valor é maior do que o PIB anual de 995 municípios brasileiros, 38 deles, no estado natal de Geddel: Bahia.

Entre as cidades “mais pobres” que o “Apê do Geddel”, metade se encontra no Nordeste e somente pouco mais de um quarto conta com coleta de esgoto ou saneamento básico. Com o dinheiro apreendido, seria possível pagar o salário de quase 55 mil brasileiros que recebem mensalmente o salário mínimo: R$937. Com o montante, seria possível ainda pagar o Bolsa-Família de mais do que 600 mil famílias brasileiras.

Parece claro que apesar da vultuosa quantia encontrada no imóvel, o dinheiro representaria somente parte de todo o montante “captado” por pelo político ao longo de seus cinco mandatos na Câmara dos Deputados, duas atuações como ministro de Estado e enquanto ocupava a vice-presidência de pessoa jurídica da Caixa Econômica Federal.

O político está em prisão domiciliar desde julho acusado de obstruir investigações sobre irregularidades na liberação de verbas pela Caixa Econômica Federal. Mesmo assim, o ex-ministro da integração nacional no Governo Lula e ex-ministro chefe da Secretaria de Governo de Temer, usava um apartamento localizado há cerca de 1km de seu domicílio como “cofre”.

A exemplo do que fez quando foi preso em julho, Geddel chorou bastante durante o depoimento prestado a Polícia Federal ao ser preso neste sábado (9). Às lágrimas, Geddel perguntava se o dono da JBS, Joesley, também seria preso. Dramático como sempre, a situação do baiano se deteriora a cada dia. Além da confirmação do proprietário do apartamento que o mesmo estaria cedido ao político, foram encontradas impressões digitais do ex-ministro em algumas das notas. A própria mãe de Geddel tentou, de forma atrapalhada, apoiar o filho no depoimento que prestou à PF: “Meu filho não é bandido, ele é doente”, disse.

Receio

Perante a clara instabilidade emocional do baiano, grupos políticos próximos a ele mostram receio de que o ex-ministro seja o próximo político preso buscar um acordo de delação premiada.

Interlocutores do governo federal já relatam que todo o otimismo que rondava a cúpula de Temer após o embaraçoso episódio com a delação da JBS acabou. Tendo operado com a JBS através do doleiro Carlos Funaro e provavelmente em diversos outros esquemas “não republicanos” do PMDB, Geddel poderia acabar “virando o Palocci” de Michel Temer.

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