Por Letícia Valadares
Na sua última semana no comando do Ministério Público, o Procuradoria-Geral da República, Rodrigo Janot, fez um discurso na sua última sessão plenária nesta quinta-feira (14), onde falou sobre o modelo político brasijanoleiro e afirmou que o “Brasil convulsiona no processo curativo do combate à corrupção”.
“Tenho sofrido nessa jornada, que não poucas vezes pareceu-me inglória, toda a sorte de ataques. Mesmo antes de começar, sabia exatamente que haveria um custo por enfrentar esse modelo político corrupto e produtor de corrupção, cimentado por anos de impunidade e de descaso. Mas tudo isso, para mim, já se encontra nos escombros do passado”, discursou Janot.
Sobre as investigações da Lava Jato, o Procurador disse que o Supremo Tribunal Federal “foi firme, respeitou as leis e a Constituição, mas não se acovardou”. Além disso, falou que entrega o cargo dia 17 sem “jactância” (arrogância), e com a convicção de que militou “até o último instante na defesa dos compromissos constitucionais assumidos há mais de 30 anos”, concluiu.
A presidente do STF, Cármen Lúcia, agradeceu em nome da corte o trabalho de Janot. “Como bem disse, (o senhor) honrou, como todos que têm ocupado a cadeira de procurador-geral da República, tem honrado os trabalhos dessa tão importante instituição para a democracia brasileira”.