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Raquel Dodge assume cargo de procuradora-geral da República

Por Hulda Rode
Da Reportagem

 

A semana política em Brasília começou com a cerimônia de posse da nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, nessa segunda-feira (18), no auditório no auditório da sede da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Raquel atua há 30 anos no Ministério Público e será a primeira mulher a chefiar a PGR e a presidência do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).  A nova procuradora assume o comando em substituição ao mandato de 4 anos de Rodrigo Janot, e também numa época de investigações e desdobramentos da Operação Lava Jato no qual a cada dia ganha novas fases e derrubando empresários e caciques de grandes partidos.

Cerimônia de posse da nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge. (Foto: Ricardo Padue)

Em seu discurso de posse, Dodge informou que mais de 41 magistrados já assumiram o cargo ocupado por ela neste momento, e as novas atribuições constitucionais somam-se ao papel clássico do Ministério Público, que “é o de processar criminosos”.

Dodge defendeu que a sociedade passa por um tempo de “restabelecer a confiança das pessoas nas instituições de governança” e que o “país passa por um momento de depuração”. Firmou um compromisso de renovar da esperança e combater a corrupção. Para ela, o trabalho será cotidiano e extenuante, “precisaremos da ajuda de todos os membros e servidores do Ministério Público, pois a grandeza desta nação tem sido construída de modo árduo, e aprendemos que o caminho que leva à liberdade e à integridade tem obstáculos que só podem ser superados com resiliência e coragem”.

Antes de embarcar para um compromisso em Nova York, o presidente da República, Michel Temer compareceu a solenidade e destacou a importância da harmonia entre os Poderes, e da soma de mais uma mulher na magistratura, e agora estará “ao lado da presidente da Corte Suprema, ao lado da presidente do Superior Tribunal de Justiça, ao lado da advogada-geral da União”.

Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. (Foto: Ricardo Padue)

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, marcou presença na cerimônia e disse que o discurso de Dodge foi uma ampla defesa das regras básicas do Direito, da democracia, da PGR e do judiciário, dentro do contexto do equilíbrio entre os Poderes. “É importante o funcionamento de modo independente, porém, harmônico”, comentou.

Já o presidente do Senado, Eunício Oliveira, esclareceu que essa harmonia é motivada porque “ninguém está acima da lei e ninguém está abaixo da lei […] Raquel fará o compromisso de cumprir o que diz a lei. […] Ela será dura, mas extremamente democrática, e vamos viver um novo momento no Brasil”.

 

Competência sim, indicação não

Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal, demonstrou expectativa para que a procuradora mantenha a tradição de “seriedade, independência, de busca do interesse público, de proteção dos direitos fundamentais e isso tem caracterizado a PGR há muitos. De modo que o Ministério Público tem servido ao país e ela vai continuar na mesma linha”.

Luís Roberto Barroso, ministro do STF, diz que o compromisso de Dodge é com o país. (Foto: Ricardo Padue)

Por ter sido indicada por Michel Temer, Barroso rebateu a crítica da imprensa afirmando que quem assume um cargo desse, pode ter reconhecimento pela autoridade que a nomeou, mas o compromisso é com o país. “Essa coisa patrimonialista de ficar devendo favor não existe dentro de uma democracia e dentro do espaço público. Há uma passagem do Tolstoi, no livro guerra e paz, que ele diz: não importa como você chegou aqui, o importante é o que você vai fazer daqui pra frente”.

 

Ausência

O auditório da PGR ficou lotado de magistrados, políticos e formadores de opinião. Só não esteve presente Rodrigo Janot, e alegou não estar participar por “motivos protocolares”. Em uma carta enviada ontem (17) aos integrantes do MPF, o agora ex-procurador-geral desejou à sucessora “sorte e sobretudo energia para os anos que virão”.

 

Conheça o perfil de Dodge

Raquel Dodge nasceu em Morrinhos (GO), tem 56 anos e desde 1987 atua no MPF. Formada em Direito pela Universidade de Brasília, fez mestrado em Harvard e tem trabalhos acadêmicos na área de direitos humanos. Ao longo da carreira, destacou-se em casos de combate à corrupção e ao crime organizado. Uma das investigações de maior relevância da carreira de Raquel foi a Operação Caixa de Pandora, deflagrada em 2009 para apurar um esquema no Distrito Federal que ficou conhecido por mensalão do DEM.

 

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