Por João Pedro Marques – JPM, Diretor de Redação
Mas, como jornalista, eu me sinto na obrigação de opinar democraticamente, sem querer ofender ou agradar ninguém e sim tão somente exercer a liberdade de expressão para com, a devida vênia, dizer que pela experiência do alto dos meus 71 anos de idade, dos quais 47 anos atuando na mídia e nos últimos 18 anos também na advocacia, o que me leva a crer que isso não passa de mais uma intriga por inconformismo, por uma das partes. .
Essa parte que não conformada em ter a sua tese derrotada partiu para acusar magistrados de segundo grau do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que é tido, em dias atuais, aqui em Brasília – tanto nos tribunais superiores quanto no CNJ (Conselho Nacional de Justiça), como um tribunal dos mais operosos e diligentes do país.
Repito: não estou colocando a matéria em dúvida, que fique isso muito claro. Só não posso concordar com a metodologia da divulgação. Esse tipo de material precisa ser muitíssimo bem apurado. Antes de ser veiculado precisa constatar ser 100% verdadeiras as possíveis denúncias.
Deve-se atentar que as investigações estão em sigilo exatamente para preservar a imagem dos membros do tribunal sem antes se apure e se confirme os fatos denunciados. E, após concluída a investigação e, caso ofertado a denúncia, com a condenação final, isto é, após o devido processo legal e o pleno exercício da ampla defesa, tudo como está previsto em lei, aí sim será aberto o sigilo e a mídia fica livre para dar ampla divulgação.
Vejam que da forma que esse material veio a público prejudicou a imagem de todos senhores desembargadores do TJMT. Isso é uma lástima, pois foi exposto e consequentemente colocado em suspeição todo colegiado de desembargadores do Tribunal.
Como jornalista não costumo criticar colegas e por isso mesmo respeito sempre as matérias dos mesmo. Mas neste caso eu não poderia me calar concordando de jeito nenhum com o que li. Caso realmente exista uma investigação, e não se possa dar os nomes dos investigados, então é óbvio que não devemos tornar público o que está sob sigilo. Porque, do contrário, a matéria estará estará colocando todos na vala comum.
Isto é ruim. E pior que além de estar desobedecendo uma determinação legal, não é justo para quem lá na frente se comprove não dever nada. É justo manter uma autoridade julgadora exposta sob suspeição diante da sociedade toda que é sua jurisdicionada? Pior ainda que num momento tão cruel que todos estamos sobrevivendo com essa pandemia.
É o que pensamos. E não apenas para o caso em tela, mas para outros que possam brotar em nosso dia a dia do Jornalismo. Vamos torcer para que o estrago não seja irreversível aos nobres desembargadores do nosso TJMT. Tomara mesmo!
* Jpm-João Pedro Marques é jornalista, advogado e publisher em Brasília e Mato Grosso.
Confira o link da matéria do RDNews: https://www.rdnews.com.br/judiciario/desembargadores-e-advogados-de-mt-sao-investigados-por-suposto-esquema-saiba/130674