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Eduardo Cunha: Lula é atrapalhado pelo PT e ganharia em 2022 se no centrão

O ex-presidente da Câmara dos Deputados e deputado federal cassado, Eduardo Cunha (MDB-RJ), afirmou que o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é atrapalhado pelo próprio PT e que, se estivesse em um partido do centrão, conseguiria ganhar a eleição presidencial de 2022.

“Acho que o Lula está acima do PT. O anti é mais antipetismo. Se Lula, por exemplo, saísse do PT e fosse para um partido de centro, ele ganhava essa eleição, sem sombra de dúvida no primeiro turno. O que atrapalha Lula é o PT. O problema maior do Lula é o PT. Se o Lula estivesse no centrão, como você fala, o Lula ganhava a eleição. O problema todo aí que a gente vê é o seguinte: o Lula tem o antipetismo e ele é maior que o antipetismo. O Bolsonaro criou o bolsonarismo, mas o bolsonarismo é um percentual ainda pequeno”, declarou em entrevista à CNN divulgada hoje.

Pesquisa Datafolha divulgada esta semana mostrou que Lula lidera a corrida eleitoral de 2022. Em um possível segundo turno contra Bolsonaro, o ex-presidente tem 55% de intenção de voto, contra 32% do atual chefe do Executivo.

Cunha considera o resultado atual como “natural”, porque, a seu ver, Lula está em um período “de graça”, mas, daqui a pouco, terá que “voltar à realidade” em que os governos do PT serão comparados com outros.

Mesmo assim, acredita que a eleição presidencial do ano que vem ficará polarizada entre Bolsonaro e Lula, e disse que votará no Bolsonaro se não houver outra opção anti-PT.

“Não voto no PT, não quero o PT de volta para o país”, afirmou.

Apesar das críticas a Lula e ao PT, Cunha avaliou que a prisão do Lula “foi um absurdo, assim como a minha também o foi”.

Eduardo Cunha afirmou que não será candidato nas próximas eleições e que quem herdará “sua vaga” no pleito é a filha Danielle. Isso não quer dizer que ficará fora da política, avisa. “Depois lá na frente, talvez eu volte, disse.

CPI da Covid é palanque político, avalia

Para Eduardo Cunha, a CPI da Covid instalada no Senado não resultará em grandes efeitos práticos. Em sua avaliação, a Comissão Parlamentar de Inquérito, em que o governo está em minoria, está mais para um palanque político.

“Foi um erro de articulação [do governo], não há a menor dúvida. […] E agora tem que correr atrás do prejuízo, mas não vejo a CPI como um problema. A CPI virou palanque para poder fazer a campanha eleitoral antecipada. […] Não vejo como a CPI vai virar o processo eleitoral como acham que possa virar. Só vejo palanque. [Renan Calheiros] é ativista político de palanque. Tentando dar uma melhorada [na sua biografia] perante a opinião pública”, afirmou.

Eduardo Cunha avalia que só no futuro, com a análise de todo a conjuntura histórica e econômica, se poderá ter uma percepção mais clara de eventuais erros no enfrentamento à pandemia.

Aliança entre centrão e governo Bolsonaro

Cunha disse acreditar que Bolsonaro se aliou ao centrão para ter uma base mais concreta no Congresso Nacional. “Ou o Bolsonaro fazia uma aliança ou ele ia correr um sério risco de impeachment.”

Para o ex-presidente da Câmara, Bolsonaro precisa falar para mais pessoas de fora de sua base já mais fiel e não poder “pregar só para convertidos”. Também não acredita que Bolsonaro tenha pretensão de dar um golpe militar.

Lava Jato e “troféu do Moro”

“Não diria que a Lava Jato elegeu o Bolsonaro. Diria o seguinte: o PT havia passado por impeachment. Tem uma polarização na política que existe desde a 1° eleição depois da ditadura, do Collor. Tivemos polarização sempre um lado e um outro. O PT ocupa um lado. Ocupou em 1989 na 1° eleição contra Collor depois de ter tirado o Brizola. E a partir daí foi o PT contra outros. O que acontece: Bolsonaro tomou o lugar do anti-PT que estava com o PSDB. Qualquer um que enfrentasse o PT no segundo turno iria ganhar a eleição. Qual foi o mérito do Bolsonaro? Ele tomou o lugar do PSDB e virou o anti-PT.”

Para Cunha, a Operação Lava Jato era contra a política, não contra o PT. “Eu fui um troféu [nas mãos de Sergio Moro]”, afirmou. O político disse nunca ter recebido proposta para fazer delação premiada e, em meio a críticas a Moro, disse que o ex-juiz federal “comandava até o presídio” em Curitiba.

Cunha afirmou ainda que a Lava Jato prejudicou o ambiente econômico do país.

Impeachment de Dilma Rousseff

Responsável por autorizar a abertura do processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Eduardo Cunha afirmou que o impeachment é o “conjunto da obra” e defendeu que ela violou a lei orçamentária.

Ele defendeu que Dilma estava no segundo mandato sendo questionada antes mesmo de assumir, não conseguiu pacificar a população, foi perdendo a base aliada no Congresso, não conseguiu retomar o crescimento da economia e fez “o contrário” do que pregou na campanha eleitoral.

“A grande golpista foi a Dilma, porque ela deu o golpe no Lula para não deixar o Lula ser candidato quando foi candidata à reeleição. Então, quem deu o golpe foi a Dilma no Lula.”

Da redação com o UOL

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