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Lobista não aparece para depor e CPI pede à Polícia Legislativa para localizá-lo

CPI da Covid-19 abre sessão nesta quinta-feira (2/9) em que pretende ouvir Marconny Ribeiro de Faria, apontado como lobista da Precisa Medicamentos. Ele teria sido responsável por destravar as tratativas entre a empresa e o Ministério da Saúde na venda de testes de Covid-19.

O depoente, no entanto, é considerado desaparecido pelo colegiado. Assim, a CPI pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma condução coercitiva de Marconny. A Polícia Legislativa também está em busca de Marconny.

“Senador Randolfe [Rodrigues, vice-presidente da CPI] vai fazer solicitações para que a gente possa agir rapidamente, porque temos informações de que ele [Marconny] quer sair do país”, informou o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), ao abrir a sessão.

Após dar início à sessão, Aziz determinou uma suspensão de 10 minutos.

Acompanhe:

A oitiva já havia sido ameaçada anteriormente, após a defesa apresentar um atestado médico do Sírio-Libanês, em São Paulo, alegando dor pélvica, após contato da comissão com a direção do Sírio Libanês, a estratégia dele para não depor foi desfeita.

O suposto lobista já foi alvo de busca e apreensão da Operação Hospedeiro, do Ministério Público Federal (MPF) do Pará.

As investigações identificaram, nos arquivos de trocas de mensagens do celular dele, conversas com José Ricardo Santana, também lobista de empresa, que estava no jantar em que houve o suposto pedido de propina de US$ 1 por dose de vacina.

Entre as mensagens, há menções a Danilo Trento, diretor da Precisa Medicamentos e sócio da empresa Primarcial Holding e Participações, e sobre a necessidade de desidratar uma empresa concorrente, chamada Bahia Farma. A Primarcial funciona no mesmo endereço da Primares Holding e Participações, que é outra empresa de Francisco Maximiano, sócio da Precisa.

A Controladoria-Geral da União (CGU) apontou “evidências de tentativa de interferência” no processo de licitação para contratação de testes de Covid-19 com a ajuda de Roberto Ferreira Dias, para beneficiar a Precisa.

“As mensagens reforçam as suspeitas sobre a atuação de Roberto Dias no Ministério da Saúde e deixam claro existir de fato um mercado interno no Ministério que busca facilitar compras públicas e beneficiar empresas, assim como o poder de influência da empresa Precisa Medicamentos antes da negociação da vacina Covaxin”, diz o requerimento do vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Ademais, Faria teria conhecido Santana em um jantar na casa da advogada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Karina Kufa, que também entrou na mira da comissão. Ela já foi convocada.

Atestado

Antes do atestado ser apresentado, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), disse, nessa quarta-feira (1°/9), que Faria estava se negando a receber a intimação e determinou que a Advocacia-Geral do Senado acionasse a Justiça para obrigá-lo a depor.

O lobista, então, apresentou à comissão um atestado médico de 20 dias para não comparecer ao depoimento. Ele alegou dor pélvica.

Contudo, o presidente da CPI contatou a direção do hospital, visto que outro depoente, o advogado Marcos Tolentino, amigo do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e suposto sócio oculto do Fib Bank, também deu entrada no Sírio Libanês para obter atestado. Este alegou formigamento no corpo.

O médico do Sírio Libanês que atendeu Faria informou à CPI que cancelaria o atestado que emitiu, dizendo que notou simulação do paciente e encaminharia as explicações ao colegiado.

Da redação com o Metrópoles

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